Diagnóstico Câncer de Mama: Posso te ajudar?

Essas palavras são pra você, que como eu, teve um câncer de mama.

Eu sei que não é fácil receber o resultado de uma biópsia positivo para câncer.

Mas fazer o quê? Bate o desespero, o sentimento de não ter dado ao seu corpo a devida atenção… Ou então, a surpresa… tantas mamografias, tantos cuidados, e de repente, vem o resultado como aquele…

O que fazer agora? Lutar, procurar tratamento, segui-lo à risca e esperar para ver o que acontecerá.

E tem que haver otimismo, porque o tratamento parece que vai nos matar mais depressa do que a doença. Ele vai nos tirando as forças.

É um tratamento intenso, muito intenso, causa danos, muitos vômitos e diarréias, que sucessivamente vão nos enfraquecendo e deixando a sensação de um profundo cansaço. A vontade é deitar e só levantar quando for muito necessário. Mas não faça isso! Continue de pé, lutando pela sua vida. Não deixe que as pessoas percebam que você está mal, muito mal, pois foi assim que me senti durante as duas quimioterapias que fiz, começaram no ano passado e vieram terminar em em julho deste ano. Não foi fácil, como não está sendo tomar um remédio para evitar o surgimento de um novo câncer. Já precisei que o médico o trocasse, pois as juntas dos dedos das mãos começaram a doer muito, e os dedos já não obedeciam… Logo eu que preciso deles para escrever…

E agora? O médico trocou o medicamento, mas deu problema. Não consigo dormir uma noite inteira, só umas duas horas por noite. Estou pensando até em arranjar um emprego noturno…

Meu oncologista disse que preciso, não sei bem o verbo que empregou, mas é isso: preciso dar um tempo para acostumar-me com o novo remédio. Estou dando há um mês, e devo tomá-lo por cinco anos. Até lá já virei zumbi ou coruja! Mas estou muito bem, o sono não me faz falta, meu estado geral é ótimo e o mais importante, estou retomando minha vida, re-co-me-çan-do, em todos os sentidos. Recomecei a trabalhar, e com o meu trabalho ajudo as pessoas, pois sou psicóloga, e esta é minha vida: ajudar.

Talvez Deus tenha me dado a possibilidade de recomeçar minha vida para ajudar as pessoas aflitas e tristes, não só por estarem com câncer, mas por terem problemas existenciais. Deu-me também a conformação por ter uma doença crônica, mas que pode ser controlada.

E assim vou vivendo, vislumbrando novos caminhos para mim e para outras pessoas. O tratamento é difícil, há momentos em que pensamos: dará certo? Só Deus sabe, para mim está dando e pode dar para você também. Não desanime, lute!