A doença de Alzheimer e família do paciente
Precisamos ficar atentos quando temos um idoso na família, para que possamos pensar que algo não vai bem com ele, quando começar a apresentar mudanças na personalidade, no humor e quando apresentar dificuldades de percepção.
Podemos observar também se o indivíduo perde sua capacidade para o trabalho, se apresenta dificuldades no meio social, para então podermos pensar na doença de Alzheimer e procurar um especialista.
A idade avançada aumenta a probabilidade do desenvolvimento da doença. O indivíduo poderá apresentar dificuldades para orientar-se no tempo e no espaço, perderá a capacidade para fazer julgamentos e sua linguagem ficará empobrecida, uma vez que irá perdendo a memória e a capacidade de raciocinar. Terá dificuldades com as tarefas que antes eram rotineiras em sua vida, como alimentar-se e cuidar da higiene pessoal.
Os desafios e as dificuldades irão surgindo conforme a doença for evoluindo.
Os familiares de um paciente com Alzheimer precisam estar avisados e preparados para o fato do seu ente querido tornar-se irritado, agressivo e comunicar-se aos gritos. As pessoas podem surpreender-se com esses comportamentos, mas eles ocorrem devido à perda da consciência e à dificuldade de convivência social.
Os doentes com Alzheimer vão perdendo as sensações de fome, sede, frio, calor e dor. Há também um descontrole dos esfíncteres. Essas perdas vão exigir cuidados especiais por parte da pessoa que lhes presta assistência.
A doença apresenta três estágios: leve, moderado e grave. É assim que evolui.
Não há cura nem tratamento preventivo, porém existem medicamentos que aliviam os sintomas e podem ser receitados pelo médico que assiste o paciente.
A evolução do mal vai dificultando a interrelação do paciente com os familiares. A doença vai chegando a um ponto tal que, devido à gravidade do estado do doente, a família já exausta se pergunta: quem cuidará dele(a) até o final?
A família toda é mobilizada pela doença e terá duas opções: cuidar do doente em casa, até sua morte ou interná-lo numa clínica especializada, pois as manifestações de carinho, antes tão necessárias para o doente, já não serão percebidas por ele(a), uma vez que o(a) doente, em estado grave, estará totalmente inconsciente. Nessas clínicas o doente recebe todos os cuidados necessários dia e noite. Mas essa segunda opção envolve uma questão de possibilidade financeira, porque é caro.
Cuidar de um paciente com Alzheimer causa um desgaste físico muito grande para a pessoa que o assiste, porque ela precisa estar atenta às necessidades do doente e estar quase o tempo todo ao seu lado. Há também um desgaste psicológico que vai tomando conta da pessoa, que, sem ter com quem conversar, entrega-se muitas vezes às lembranças – boas e más – relacionadas ao convívio com o paciente. E como já não há a possibilidade de uma reparação ou pedido de desculpas por desentendimentos do passado, as referidas recordações causam bastante sofrimento psicológico, e vão dificultar bastante a superação do futuro luto.
Recomenda-se a família que passou (ou passa) por um período de assistência a um doente com Alzheimer, que procure a ajuda de um terapeuta especialista em Terapia de Família, ou que a pessoa mais atingida pela doença do ente querido se submeta a uma terapia breve individual, que a ajudará a sair do sofrimento psicológico.