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A criança mimada

As crianças precisam da atenção, ajuda e proteção dos pais. Mas não pode haver excessos. Para que a criança tenha um bom desenvolvimento, precisa receber tudo na dose certa.

O excesso de mimo a levará a sentir-se frustrada futuramente, ao constatar que não teve o direito de fazer suas escolhas e de afirmar-se na vida como pessoa. O excesso de mimo coloca-a em situação de risco, porque poderá tornar-se dependente. A criança precisa ter certa liberdade para poder escolher e fazer o que é conveniente, sem que alguém lhe diga o que é melhor. Ela precisa contar com a compreensão dos pais quando desejar ter liberdade. 

Geralmente a criança mimada é super educada, pois aprendeu a comportar-se desde cedo e a confidenciar-se com os pais.

Muitas vezes os pais estão insatisfeitos com o casamento e a chegada de um filho (a) vem preencher suas vidas, a tal ponto, que eles passam a dedicar à criança todo seu tempo, atenção e carinho. Mas passam também a controlar e a vigiar sua vida e super protegê-la. O excesso de mimo pode levar a criança a um retardamento afetivo, que pode até parecer um retardamento mental.

A criança mimada não tem liberdade para escolher seus amigos ou qualquer outra coisa. O seu mundo de relacionamentos é muito pequeno, limita-se praticamente ao mundo familiar.

Se a criança tiver alguma incapacidade física ou alguma doença crônica, despertará nos pais um comportamento protetor. Irão facilitar as coisas para ela, para que se sinta melhor. Mas o mimo e a proteção podem acentuar na criança sentimentos de falta de valor.

Para estes pais superprotetores, os filhos são considerados como um objeto de sua propriedade. Eles se orgulham da criança e geralmente fazem-na repetir as gracinhas que sabem fazer, na presença dos parentes e amigos. Eles a educam para si e não para a sociedade.

No entanto, nem sempre a criança mimada reage com comportamentos passivos. Algumas superprotegidas reagem com muita agressividade, podendo até tornarem-se delinquentes juvenis. E isto poderá ocorrer porque a criança tem o desejo de afirmação e de livrar-se da superproteção. Ela percebe a admiração que os pais têm por ela, mas ao confrontar-se com o conceito (quase sempre negativo) que as pessoas estranhas têm a seu respeito, sente-se inferiorizada.

O estilo de vida da criança mimada é caracterizado pelos ciúmes, egoísmo e pela inveja. Seu mundo interno é muito diferente do mundo real.

A intenção dos pais de proteger o filho é boa, mas acaba não dando certo devido ao excesso de mimo e poder ter consequências desastrosas futuramente. Quando a pessoa chegar à idade adulta, não conseguirá ser independente. Poderá tornar-se frustrada, arredia, tímida e ter dificuldades para estabelecer relacionamentos.

Se procurar a ajuda de um psicólogo, poderá, pesquisando suas vivências, compreender-se e achar seu lugar dentro da família e no mundo: poderá ser ela mesma. Se não procurar, continuará vivendo com suas limitações como sempre viveu.

Consultas feitas no livro “Orientação Infantil” de Isabel Adrados.