Educando para evitar problemas psicológicos futuros
A chegada de um bebezinho é uma festa para os pais, é o milagre acontecendo no lar do casal. Mas o bebê vai crescendo e como não nasce sabendo nada, é preciso que os pais o eduquem para que não tenha problemas de relacionamentos na vida adulta.
É importante que os pais o ensinem a pedir e agradecer. Quando a criança pedir ajuda dos pais para as tarefas escolares, a mesma não deve passar dos esclarecimentos de dúvidas. Quem deve fazer o dever de casa é a criança. Se errar, aprenderá com seus erros. O ideal é que, sob a orientação dos pais, além de estudar faça tudo sozinha: brincar, dar laços nos cordões dos sapatos, comer, tomar banho, dormir etc. Os pais só devem ajudar a criança se ela pedir ajuda, mas precisam ter o cuidado de não deixar que se torne pidona. Há crianças que quando não são atendidas, tornam-se birrentas e constatam que a birra leva à satisfação dos seus desejos, os pais logo a atendem. Na vida adulta essa conclusão (teimar, pedir insistentemente para conseguir o que se quer) pode causar problemas psicológicos, frustrações, revoltas e outros sentimentos. Na vida não conseguimos ter tudo o que desejamos. Ao deparar-se com esta realidade, a pessoa pode se sentir muito infeliz. Sempre teve o que desejou na infância… Mas se a criança ganhar sempre sem precisar pedir nada, não aprenderá a valorizar o que receber. Desejar é diferente de precisar, os pais devem mostrar aos filhos esta diferença e atender os pedidos de coisas necessárias.
Os pais também devem pedir a ajuda dos filhos, por exemplo, para irem buscar algum objeto. Estarão contribuindo para aumentar a autoestima das crianças, bem como lhe proporcionarão o sentimento de estarem sendo úteis. As crianças aprendem com o exemplo que os pais dão, portanto, os pais devem sempre agradecer quando os filhos lhe prestarem favores.
Ensinar a esperar também é importante. De uma maneira geral a criança e o adolescente são impacientes, não gostam de esperar. Os pais ao lidarem com a impaciência dos filhos, ao lhes ensinar através do diálogo, que precisam esperar, necessitam ter muita paciência para não serem atingidos pela impaciência deles, caso contrário, tudo acabará em briga.
Se a criança não aprender a esperar pode tornar-se um adulto perigoso, mal educado, agressivo, que explodirá quando tiver que esperar por alguma coisa, reagirá impulsivamente como faz uma criança que ao desejar algo, quer ser atendida imediatamente pelos pais.
Se eles não satisfazem seus desejos, faz birra: esperneia, grita, fica vermelha, faz malcriações, etc. Os pais, atônitos, se envergonham se estiverem num local público e fazem as vontades da criança para acabar logo com o constrangimento. Melhor seria ignorar a criança, saindo de perto dela sem demonstrar que a birra chamou sua atenção. O pai ou a mãe não deve olhá-la, não deve prestar atenção no que ela faz, pois é isto que ela quer: chamar a atenção dos pais, e é isto que alimenta e dá prosseguimento à cena. Se os pais adotarem um comportamento como o indicado, a criança perde o controle da situação, vai se acalmando e provavelmente parará de protestar por não ser atendida, pois a birra nada mais é do que um protesto.
Outra orientação que os pais devem dar aos filhos é sobre o saber vestir-se adequadamente. A roupa que vestimos é como um cartão de visitas que oferecemos às pessoas. A primeira impressão é a que fica.
As crianças devem aprender a escolher o que querem usar, combinando cores e escolhendo o tipo de roupa para ir a determinado lugar, os pais apenas supervisionam. Devem aprender a cuidar de suas roupas para que não se estraguem, devem colocá-las para lavar quando estiverem sujas e a deixar as melhores para serem usadas em situações especiais. Estes ensinamentos fazem parte da educação da criança. Cabe aos pais passá-los aos filhos para que não se tornem adultos dependentes da opinião alheia sobre seu modo de vestir, uma vez que não aprenderam a avaliar se suas escolhas são boas ou não. Esta autoconfiança nas próprias escolhas deve ser estimulada desde cedo na criança pelos pais.
Ensinar também que devem se vestir como é determinado em certos ambientes, como nas escolas ou em certas empresas onde o uso de uniformes é exigido. Não há como deixar de usá-los. Nenhuma justificativa da criança ou do adulto será aceita em tal situação. A criança ou o adolescente precisa aprender que, para cada ambiente se usa um traje, para poder chegar à idade adulta sabendo escolher a roupa que deve usar. Ninguém vai de bermuda para uma festa na qual o traje indicado seja a rigor, nem à praia de vestido longo cheio de brilho, próprio para festas à noite, porque há convenções sociais que devem ser respeitadas. A criança precisa saber e aprender isto desde cedo para, futuramente, não usar o traje errado em determinadas ocasiões, nem se sentir mal arrumada para sair.
Ainda há muitos outros assuntos ligados à educação para serem abordados, mas por hoje vamos ficar por aqui.
Consultas ao livro “Educação Familiar” de Içami Tiba.
