Amor e Separação
O amor é um sentimento que faz parte do desenvolvimento das pessoas. Começa na infância e vai se desenvolvendo até a vida adulta. Em cada fase é sentido de uma determinada maneira.
Na infância, devido à dependência da criança em relação aos pais ou à pessoa que o substitui, o amor é egoísta. A criança deseja ter os pais só para si e apega-se a eles, sentindo com muito pesar suas ausências.
Na adolescência já é possível amar na base da troca. Se for amado, o adolescente retribuirá com amor.
Assim, também são as relações de amizade entre os adultos.
Quando nascem os filhos, aí sim, o indivíduo sente verdadeiramente o amor. É um amor desinteressado. Ama-se sem esperar retribuição, há uma generosidade desinteressada com relação aos filhos. É um amor incondicional.
Assim como a capacidade de amar evolui e vai atingindo vários estágios do desenvolvimento humano, vai havendo também um desenvolvimento mental e espiritual que determinam diferentes maneiras de sofrer, como por exemplo a perda de um amor, no caso de uma separação ou uma perda por morte. Muitas vezes nossas emoções ficam incontroláveis e causam muito sofrimento. Se a perda foi por morte pode parecer que a vida perdeu a finalidade e acabou, e se for por separação restará no indivíduo ao final do processo, o sentimento de rejeição e de pouco valor pessoal, principalmente se o cônjuge foi embora porque arranjou um novo amor.
Uma coisa é certa acontecer: o sofrimento pode ser grande, embora possa demorar a passar, um dia passará.
Mas o que é mesmo o amor?
O amor é troca, é uma troca de sentimentos, de atenções, é o desejo de fazer a outra pessoa feliz. O casal vai construindo o amor durante um período de convivência, que servirá para avaliar se o sentimento entre ambos é amor ou amizade. Esta é uma tarefa que não pode ser feita unilateralmente, porque se for assim, se só um amar, não é amor verdadeiro, porque o amor precisa existir entre as duas pessoas, precisa ser de parte a parte, caso contrário não sobreviverá às dificuldades que surgem durante a vida. Se a união de um casal for de amor unilateral, terá todas as condições para acabar.
Se o amor não for recíproco entre os membros do casal, é aconselhável uma separação, pois além de evitar decepções, cobranças e brigas, dará a oportunidade a cada um de procurar outra pessoas para amar e ser amado.
No entanto, embora o fim de uma união seja uma solução para um casal que não se ama, não é fácil vivenciar uma separação. O que resta após todo o processo de separação é a sensação de perda: perda das emoções, é como se elas estivessem mortas dentro do indivíduo, sem a possibilidade de voltarem a reviver.
Mas… a vida continua! Apesar da separação, o sofrimento um dia passará. Surgirá então a possibilidade de acontecer um novo amor. Uma nova paixão poderá preencher de alegrias e amor aquele coração que foi tão maltratado.
Não é preciso pressa para escolher um novo parceiro (a). Ele (a) não deve ter a função de um remédio para curar a dor. Comparações entre os dois relacionamentos devem ser evitadas, pois o novo parceiro pode se desinteressar e concluir que não vale a pena levar o relacionamento adiante.
O amor pode nascer de novo, se o relacionamento tiver como base o respeito, o carinho, a vontade de tornar a outra pessoa feliz e de estarem perto um do outro, etc. O casal poderá ir se conhecendo com calma, e o novo relacionamento pode se transformar em amor.
Mas é bom lembrar: nada acontece de repente.