O Divórcio
Os conflitos fazem parte do relacionamento humano.Todo casal tem os seus desentendimentos, mas que podem ser superados. Quando não há mais essa possibilidade, então partem para o divórcio. Aí acontecerão mudanças estruturais na família.
Essas mudanças podem causar problemas de ajustamento nas crianças. Segundo pesquisas realizadas sobre o divórcio, não são as mudanças estruturais que causam problemas de ajustamento nas crianças, mas o fato de terem presenciado muitas brigas dos pais antes da separação. Concluiu-se também que as crianças filhas de divorciados que não presenciaram brigas, são crianças normais e bem ajustadas emocionalmente e à nova condição de vida.
Um fator importante para o bom ajustamento emocional da criança à nova situação é a cooperação dos pais entre si. Os pesquisadores constataram que as crianças desajustadas têm pais briguentos, que brigam por nada praticamente. Constataram também que casais que têm brigas crônicas, mesmo que não sejam divorciados também causam problemas de desajustamento nos filhos. Em ambos os casos o fato da criança presenciar brigas pode levá-las a sérios e duradouros problemas emocionais.
Podemos concluir que os casais devem evitar brigas na presença dos filhos (crianças e adolescentes).
Muitos casais chegam às agressões físicas na presença dos filhos e provocam muita angústia e ansiedade nas crianças.No entanto, o conflito que os envolve é tamanho, que não conseguem ver a fisionomia da criança sinais do sofrimento. Elas vão reagir muitas vezes com a falta de sono, com uma vigília prolongada ou com a perda do apetite, e consequentemente, com o emagrecimento.
Além da angústia, a criança se sente culpada pelos desentendimentos dos pais e por ouvirem que pronunciam seu nome durante a discussão, acha que os pais estão sempre brigando por sua causa.
Seria bom que os pais compreendessem que não devem brigar na presença dos filhos, para protegê-los de futuros problemas. Se não conseguirem, então precisam procurar ajuda psicológica, porque todo pai e toda mãe deseja proteger seus filhos, por que os outros não?
Após o divórcio as crianças precisam se ajustar às modificações da nova situação familiar: onde morarão, com quem ficarão, quando irão ver o pai (ou a mãe) nos dias de visitação, precisam saber disso tudo para se acalmarem e perceber que não vão ser abandonadas.
A cooperação entre os pais e o apoio mútuo entre eles com relação aos filhos é muito importante. Um não deve desfazer as ordens do outro. É muito importante que esclareçam aos filhos que eles continuarão sendo os mesmos pais que eram antes do divórcio, só não morarão mais juntos, cada qual continuará a ser respeitado e obedecido. E nenhum terá mais autoridade que o outro. É bom esclarecer aqui que os pais não devem desvalorizar o ex cônjuge diante dos filhos.
Há pais que vão se ausentando das visitas mensais às quais têm direito e acabam vendo os filhos apenas uma vez por ano, privando-os da sua assistência e convivência. Essa ausência pode levar a criança a um mau desenvolvimento escolar e pode levar a criança a sentir tristeza e raiva, muitas acabam deprimidas.
As crianças entre 8 e 12 anos logo após o divórcio dos pais, sentem raiva da situação em si, e dos pais. Podem até se tornar crianças difíceis de serem controladas, tanto pela mãe como pela professora. As menores de 8 anos entristecem e custam a entender que o pai saiu de casa definitivamente. No início sempre perguntam quando ele vai voltar. Ao concluírem que não voltará, entram em depressão, cuja finalidade é esconder a dor que sentem. A separação dos pais é sentida pela criança como uma grande perda pessoal: é sentida como um abandono.
Portanto, precisamos estar atentos a todas as relações da criança e poupá-la de ouvir comentários que deponham contra as imagens de seus pais. se percebermos algum sinal de desajustamento emocional, uma ida a um psicólogo poderá ser de grande ajuda para a criança.