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A Motivação

Nossa sociedade tem discutido muito sobre a motivação para gerar consumo. Vivemos do consumo do nosso trabalho e do consumo do que é feito pelo trabalho. Um está ligado ao outro. A publicidade contribui para motivar o consumo.

Nossa sociedade se caracteriza pela produção de necessidades que não são básicas, mas que acabam se tornando necessárias ao dia a dia, devido à maneira como são apresentadas pela propaganda. Produtos de fabricação recente, com mais recursos substituem outros que têm menor tecnologia, outros são fabricados com materiais mais resistentes, enfim, tudo é descrito como boa qualidade do produto para chamar a atenção do consumidor e fazê-lo consumir.

Mas será adequado à sociedade tanto incentivo ao sumo como temos visto ultimamente, seja de mercadorias ou de serviços? Os motivos para instalá-los no coletivo social são justos e verdadeiros? Como saber se a propaganda não é enganosa? Como saber?

A maneira como a sociedade tentou resolver este problema foi criando a Defesa do Consumidor  à qual o consumidor poderá procurar quando se sentir enganado.

Enfocando melhor a motivação vamos ver que ela é psicológica e se baseia na relação que o indivíduo tem com o seu mundo social. E é através desta relação que a publicidade incentiva o consumidor a comprar os produtos que ela anuncia de maneira inteligente e convincente.

Outro objeto de atenções é a motivação para o trabalho. Muita coisa se tem dito para justificar a falta de motivação do trabalhador para desenvolver suas tarefas. Ele tem sido responsabilizado pela sua falta de motivação é considerado desinteressado, sem capricho, lerdo, desligado, etc. Como já vimos antes, a motivação faz parte de um processo psicológico. Podemos concluir que a falta de motivação do trabalhador brasileiro acontece no seu campo de ação, isto é, que engloba tudo aquilo que o cerca na sua relação com o empregador, com seu meio ambiente e com sua condição de vida.

Sua falta de motivação para o trabalho não é responsabilidade apenas dele. Ele pode estar executando tarefas para as quais não se sente preparado ou não gosta de fazê-las, pode estar recebendo remuneração adequada, mas como precisa do salário, vai ficando no emprego. Essas situações acabam levando-o à falta de motivação.

Os problemas reais que lhe tiram a motivação podem estar ocultos, ele pode até não percebê-los, mas sente suas consequências: às insatisfações. Os problemas podem estar ligados à competitividade, à pressão que ele sofre para aumentar sua produtividade, ou à disciplina rígida relativa aos horários, ou sabe-se lá quantas outras exigências lhe são feitas. Além de tudo isso, ele pode ter problemas pessoais e familiares.

O trabalho na nossa sociedade é alienado: o trabalho e o trabalhador estão bem distanciados no modo de produção. O trabalhador monta apenas algumas peças de um produto, mas não conhece todo o processo de montagem até o final, fica sem saber quais são as etapas pelas quais o produto passará até ficar pronto. Sua experiência não é levada muito em conta na hora de se candidatar a um novo emprego, porque sua experiência é relativa apenas a um setor de montagem. 

Muitas vezes ele não tem condições de comprar aquele bem no qual trabalhou: móveis, eletrodomésticos de primeira linha, imóveis, etc. Esta é uma das insatisfações comum ao operário brasileiro. Algumas fábricas facilitam a compra do produto, fazendo descontos em folha. 

Algumas mudanças ainda não foram feitas, para que o trabalhador se sinta motivado para o trabalho  e este é o grande desafio da sociedade: motivar emocionalmente o trabalhador para desempenhar suas tarefas com ânimo e satisfação.