O Linchamento e suas marcas psicológicas.
Um grupo da população se torna enraivecida devido algum ato de uma pessoa. Agride-a com pancadas e pauladas até causar-lhe a morte. Não importando a idade dos agressores, podem ser crianças, mulheres, jovens ou idosos. Se a polícia for avisada poderá evitar a morte.
Os atos de violência evidenciam que há uma crise social, somada à vontade da população de restabelecer a ordem social, rompida pela vítima do linchamento.
Os linchamentos se confundem com outros atos violentos praticados por um grupo de pessoas, como saques, quebra – quebras e chacinas. A semelhança com o linchamento está no ato violento praticado por várias pessoas tomadas pela raiva, que, daquela forma demonstram sua insatisfação social.
Mas não se tem dado muita atenção aos ritos presentes nesses atos de violência. Eles representam um mundo tradicional em contradição com a modernidade. Esses ritos se referem à vida e à morte. Significa dizer que o vivo tema o morto pelo que ele representa enquanto estiver vivo, e por isso o linchado tem que morrer. Isso mexe com toda a agressividade do agressor. A pancadaria só acaba com a morte do linchado ou com a chegada da polícia.
O linchamento é uma forma de vingança coletiva, reparatória e compensatória.
Não é simplesmente, um ato de punição. Na verdade é um ato simbólico de castigo, que além de levar o linchado à morte, deixa uma mensagem sangrenta e punitiva, para que os outros não cometam o mesmo crime, porque tal crime não pode ser aceito.
Deixa também nas pessoas o sentimento de vergonha, medo e também o sentimento de quebra de confiança na população do bairro ou cidade onde ocorreu o linchamento.