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Nosso Despertar

A educação e a cultura nos programam desde a infância. As idéias nos são passadas e as tomamos como verdades. Por exemplo: a ideia de fronteira entre países. Se os sobrevoarmos. Não veremos nenhuma linha divisória que determine onde um começa e onde o outro termina. Não há barreiras de separação. A terra inteira é de todos. A cultura são as ideias que nos separam, pois na natureza não existem fronteiras.

Nossos conhecimentos nos foram impostos, sem que pudéssemos refletir sobre eles de fora para dentro e funcionamos mais ou menos como robôs. Só nos sentiremos libertos quando nossas ideias vierem de dentro para fora, quando forem frutos da nossa reflexão, para reagirmos como realmente somos, de acordo com a maneira como nos vemos.

Estamos apoiados em determinados conceitos e tememos perdê-los, mas lá no fundo o que tememos são as mudanças.

A vida vai parecendo confusa  a medida que vemos aquilo que aceitamos como realidade não passa de programações que não nos servem para nada, mas é o que temos e conhecemos, e não sabemos como descobrir ideias novas. É difícil abrir mão do que é conhecido para ir em busca do que é bom e que nos dará a felicidade, mas é desconhecido. Precisamos então decidir se lutaremos pela felicidade ou se esperaremos para ganhá-la embrulhada em papel de presente, de acordo com nossa programação: sem discuti-la e sem refletir sobre a mesma. 

Algumas pessoas pensam que a felicidade é a aquisição de coisas materiais desejadas e não percebem que ela surge justamente quando não há desejos nem planejamentos.. Para senti-la, precisaremos enfrentar nossos problemas, muitos dos quais só existem na nossa imaginação, e só terão solução quando despertarmos. Digamos que para vê-los com clareza, temos que caminhar sem apoio e sem muletas. 

O despertar depende da nossa auto observação, que deverá ser feita sem críticas, sem justificativas ou acusações que levem a culpa, ou então que levem ao medo de descobrir a verdade sobre nós mesmos, perguntando-nos: “Quem sou eu”? mas para chegarmos a uma conclusão, primeiro temos que pensar e descobrir quem não somos.

Devemos compreender as ideias pelas quais fomos condicionados, para que elas caiam por si mesmas quando percebemos que não correspondem à realidade. Só após esta compreensão observaremos a nós mesmos e chegaremos à nossa verdade. Entenderemos que a programação que nos foi imposta não nos permite que sejamos nos mesmos. É esta auto observação que vai nos mudar e nos libertar