Base da Autoestima
Muitos fatos acontecem nos primeiros anos de vida de uma pessoa, mas ninguém consegue lembrá-los, porque, o que se passou na fase inicial da vida de um bebê fica esquecido, pois ele tem amnésia infantil. O bebê não tem memória de fixação porque seu cérebro ainda não se desenvolveu o suficiente para evocar a ocorrência dos fatos.
O bebê é envolvido pela proteção e amor dos pais, isto é, pelo clima relacional que eles lhe transmitem: quanto maior for o amor dos pais, maior é a proteção que ele sente.
A indiferença, a neutralidade ou mesmo a rejeição não permitem que este clima se estabeleça, o que muito dificultará a formação do vínculo do bebê com a mãe, e ele poderá até morrer antes de completar dois anos de idade, pois estará tomado pelo sofrimento, num quadro que René Spitz denominou de depressão anaclítica.
Para um recém-nascido o clima relacional de segurança, calor humano e os cuidados que os pais têm para com ele são as bases que estabelecem nele o apego e o pertencimento que darão origem, no futuro, a autoestima saudável que vem a ser base para o desenvolvimento de uma boa personalidade. A autoestima faz a pessoa querer bem a si mesma: a pessoa cria de forma saudável condições para não se maltratar, não se agredir e não causar sua autodestruição. É a autoestima que dará a sustentabilidade para a pessoa existir, amar o próximo, não se deixar ser desvalorizada nem se deixar ser explorada.
Como o período de licença maternidade é curto, a mãe precisa neste pouco espaço de tempo ajudar seu bebê criando condições básicas para ele formar sua matriz de identidade, dedicando-se a ele com amor e carinho, para que ele possa desenvolver uma ótima autoestima, que o acompanhará pela vida toda. “A identidade de uma pessoa é a base psicológica que sustenta as suas características tangíveis e intangíveis refletidas nos diversos papéis que desempenha e que determinam sua individualidade entre os demais seres humanos. É por isso que dizemos que cada indivíduo tem a sua personalidade”.