O que é ser normal?
Cada pessoa tem suas próprias características de personalidade, o que significa dizer que ela é única. No entanto temos coisas comuns à maioria das pessoas, isto é. temos coisas que consideramos “normais” o que equivale dizer que rejeitamos o que é anormal, o que não se encaixa dentro da norma.
Mas o que será a anormalidade? Uma boa maneira de verificarmos o que é “normal” é começarmos examinando o que consideramos anormal no nosso conceito. Se achamos alguém anormal, estamos dizendo que achamos que a pessoa não é como deveria ser. No entanto, as pessoas talentosas fogem à norma, mas não são anormais, são excepcionais.
Portanto, podemos ver que avaliamos as pessoas pela aparência, e não por seu estado mental. E vamos considerando anormal a pessoa que não se enquadra na nossa avaliação de normalidade. Mas se a avaliamos como diferente, podemos estar estigmatizando-a, uma vez que podemos estar fazendo uma correlação com transtornos mentais sem que ela os tenha.
Nos tempos medievais o comportamento anormal logo era ligado à bruxaria. Com o avanço da ciência o “ser diferente” passou a ser visto como uma doença.
Kraeplin foi o pioneiro da psiquiatria, um novo ramo da medicina, que surgiu no século XX, objetivando tratar pessoas com doença mental. Ele acreditava que a doença tinha uma causa física, como qualquer outra. Ele estudou e classificou a psicose maníaco depressiva (hoje transtorno bipolar, curável, cuja causa é atribuída a fatores externos) e a demência precoce (hoje conhecida como esquizofrenia, incurável, causada por problemas físicos no cérebro). Estas primeiras classificações serviram de base para a atual classificação dos transtornos mentais.
A vida humana é cheia de situações que podem terminar em depressões e ansiedades. Assim não podemos classificar uma pessoa como anormal, portadora de um transtorno mental pelo fato de apresentar uma depressão ou uma ansiedade, porque estes sofrimentos fazem parte da vida humana. Mas há pessoas que realmente apresentam estes sintomas e têm transtornos mentais, seja por lesão cerebral ou por problemas de distorção da realidade. Melhor será deixarmos o diagnóstico para o psiquiatra fazer.